Olá, tudo bem ?
Se mindfulness é estar presente na tarefa que está realizando, que ferramentas você pode utilizar para treiná-lo?
Sabia que lavar pratos pode ser uma meditação mindfulness?
Neste post vamos discutir um pouco sobre esse ponto através dos seguintes tópicos:
- Meditação e mindfulness são a mesma coisa?
- O que são “Práticas Formais”?
- O que são “Práticas Informais”?
Você vai aprender como treinar mindfulness lavando os pratos.
Meditação e mindfulness são a mesma coisa?
Mindfulness ou atenção plena é a capacidade humana básica de estar totalmente presente onde estamos e no que estamos fazendo, sem estarmos excessivamente reativos ao que acontece ao nosso redor.
Essa habilidade mental precisa ser cultivada por meio de métodos, incluindo meditação, movimento consciente, alimentação consciente entre outros. Chamamos isso de “prática da atenção plena” para distingui-la da habilidade básica.
Isso é um ponto de muita confusão entre os iniciantes: mindfulness não é meditação.
Meditação é a técnica usada para desenvolver o estado mental de mindfulness.
Durante um programa de controle do estresse baseado em mindfulness, você é convidado a praticar as meditações mindfulness que comprovadamente têm benefícios para a saúde física e mental.
Matthieu Ricard, pesquisador e monge tibetano, argumenta esse fato com propriedade:
“É importante desmistificar o conceito de meditação, muitas vezes visto como algo exótico. Muita gente acha que meditar é esvaziar a mente e relaxar. Bobagem. A palavra em sânscrito e em tibetano significa ‘cultivar’. Meditar é cultivar um estado mental. É um treino. O segredo é praticar. Quem toca um instrumento tem de treinar e treinar até desenvolver seu potencial. Ninguém espera tocar piano sem treino. Por que esperar que compaixão, altruísmo, liberdade interior e concentração ocorram magicamente? Não faz sentido.”
Existem duas modalidades de práticas de atenção plena: as formais e as informais.
O que são “Práticas Formais”?
As práticas formais são aquelas que exigem um maior comprometimento do participante. O termo “formal” significa que há um formato a seguir para que haja os benefícios à saúde.
Geralmente são áudios guiados que, para serem realizados, necessitam de postura, ambiente, iluminação e disposição mental adequados.
À medida que consolida o hábito de praticar, não há mais necessidade dos áudios e você insere com facilidade a ideia central de mindfulness na rotina diária.
A prática formal varia semanalmente no decorrer do programa, e consiste nas diversas meditações essenciais que podem variar segundo o roteiro que o instrutor segue.
As meditações mindfulness formais podem ser: body scan (escaneamento corporal), atenção plena na respiração, meditação dos sons e pensamentos, meditação da consciência amorosa.
Técnicas como o exercício da uva-passa, a caminhada meditativa, os movimentos (alongamentos) conscientes e o espaço de respiração de três minutos podem ser adotadas dentro de uma formalidade ou inseridas nas atividades diárias.
Cada técnica treina uma habilidade específica, como acalmar e concentrar a mente, lidar com pensamentos agitados, controlar emoções difíceis e aprender a se comunicar assertivamente.
O tempo usual de prática diária é de 20 minutos. O tempo das práticas varia, mas é sugerido que você realize quantas vezes forem necessárias até atingir o tempo diário requerido.
Lembre-se sempre que é um convite a praticar. Os exercícios devem ser realizados dentro de seus limites físicos e psicológicos e de forma lúdica e atrativa.
Isso traz segurança em relação à redução de efeitos adversos e a uma maior eficácia terapêutica.
As orientações das práticas são dadas nos encontros em sala de aula ou on line e você deve estar aberto a externar suas dificuldades ao instrutor, para que tenha grande engajamento no processo e sucesso garantido nos resultados do programa.
O que são “Práticas Informais”?
As práticas informais levam a ideia e atitude de mindfulness para as tarefas simples do nosso dia-a-dia.
O exercício da uva-passa , por exemplo, mostra como você pode alimentar-se com consciência.
Ele mostra a ideia e atitude que deve ser levada para sua alimentação, ou seja, dar-se conta da experiência presente com uma atenção curiosa a tudo que emergir.
E cultivar mindfulness na rotina atarefada funciona também…
Em um estudo da Universidade da Flórida, pesquisadores sugerem que lavar a louça com foco nos aspectos sensoriais e nos movimentos próprios da tarefa, junto com uma respiração tranquila reduz o estresse.
O estudo mostrou que o grupo que lavou os pratos de forma “mindful” relatou sentimentos de inspiração 25% maiores e níveis de nervosismo 27% mais baixos que antes de lavar a louça.
Acesse o INFOGRÁFICO para entender melhor!
Olha só …
Lavar pratos pode diminuir o seu estresse e tornar você mais inspirado…
Talvez em encontrar uma forma mais produtiva de lavar a louça da próxima vez!!
Ao se levar a ideia de mindfulness para suas atividades cotidianas, você pode perceber quando está operando no “modo piloto automático”, devaneando ou em multitarefa.
Isso fornece uma alternativa ou oportunidade para que você entre no “modo consciente” ou “modo ser”, e exercite a monotarefa.
Algumas atividades cotidianas são oportunidades para você praticar mindfulness de maneira “informal”: lavando as louças ou roupas, levando o lixo até a lixeira, escovando os dentes, tomando banho, dirigindo o carro, entrando e saindo de casa, em uma fila, parado no trânsito, passeando com o cachorro, esperando o elevador etc.
[PRÁTICA INFORMAL] Lavando os pratos
Da próxima vez que for lavar os pratos, siga essas orientações:
Passo 1 :
Primeiro tenha um momento de interiorização, percebendo o seu corpo todo em pé. (postura, zonas corporais de conforto, desconforto e neutras).Faça 5 ciclos de respiração consciente, tendo em vista as zonas corporais como um todo.
Passo 2 :
Lave os pratos se concentrando na temperatura da água, no aroma e na espuma do sabão, nos movimentos que você faz ao enxaguá-los. Observe a quantidade de água que você usa para lavar cada utensílio.
Passo 3 :
Finalize percebendo como você se sente, retornando a atenção ao seu corpo todo e à sua respiração.
Leve essa consciência para outras atividades do seu dia.
E aí…
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Até o próximo encontro!
Referências
Demarzo, Marcelo e Garcia-Campayo, Javier. Manual prático mindfulness – curiosidade e aceitação: Palas Athena, 2015.
Silverton, Sarah. Viver agora : Um programa revolucionário de combate ao estresse, à ansiedade e à depressão. São Paulo : Alaúde Editorial, 2012.
Williams, Mark; Penman, Danny. Atenção Plena – Mindfulness : Como Encontrar a Paz em um Mundo Frenético. São Paulo : Editora Sextante, 2015.